É curioso como ainda separamos ou diferenciamos o tratamento dado ao
nosso corpo físico daquele oferecido aos nossos outros corpos. Quais? Os corpos
mental, emocional, a parte que não vemos. Mas sentimos muito esses corpos...e como
sentimos!
Quando estamos com alguma dor, algum sintoma físico que muito nos
incomoda, logo pensamos em procurar um médico, concluindo que nele
encontraremos uma cura para o nosso problema. É o primeiro pensamento que
temos. Mas por que diante de enormes desconfortos emocionais, tristeza, mágoa,
raiva, impaciência, ansiedade, entre tantos outros sintomas, achamos que
"vai passar", "é normal", "vai curar sozinho" e
que não precisamos de ajuda alguma? Muitas vezes os sintomas emocionais são até
mais incômodos que os físicos, doem, latejam, ferem tanto quanto na carne e --
mesmo assim – não procuramos ajuda alguma.
Aí vão me perguntar: mas não é normal ficar triste? Ansioso? Sentir
raiva? Sim, claro. Mas em que nível? Se a tristeza lhe impede de sorrir indefinidamente,
se você sente raiva sempre e isto passou a fazer parte de sua personalidade, se
a ansiedade atrapalha seu dia a dia ou acaba causando conseqüências no físico... é hora de cuidar.
Enfim, existem níveis de incômodo e de cuidados com as emoções.
Vemos muitos textos sobre os cuidados com nosso corpo físico -- novas
dietas, alimentos, pesquisas, exames avançados, novos tipos de exercício --
mas, embora já vejamos uma grande busca por "mais qualidade de vida"
que inclui cuidar também da saúde emocional e mental, ainda encontramos a busca
pela melhoria da condição emocional relegada ao campo da psicologia, ou até
muita gente que considera terapia besteira ou coisa de "auto-ajuda",
muitas vezes encarada com deboche ou como "frescura".
Se lhe faz mal, não é frescura. Se você não está em paz, não é frescura.
Se você não está dando conta do que está acontecendo, procure ajuda. Hoje
existem tantas técnicas maravilhosas, tantos profissionais capacitados, seja
porque estudaram muito, seja porque desenvolveram suas próprias técnicas de cura
emocional ao custo de muita pesquisa e autoconhecimento. Tem muita coisa boa no
mercado. Basta procurar, experimentar e usar muito a intuição.
Mas é sempre bom lembrar que não existe cura imediata – embora existam
técnicas surpreendentemente rápidas de cura emocional. Quase sempre é preciso um processo de
consciência mesmo, de entendimento das origens dos problemas emocionais ou
simplesmente uma grande capacidade de desapego. Porque sim, são muitos os casos
de pessoas que se acostumaram com condições emocionais adversas e não querem se
livrar delas. Simplesmente porque deixar de sofrer as levaria para um novo
futuro incerto que leva à sensação de insegurança. Mas este caso por si só já
daria outro post.
Nossa busca pela saúde emocional e mental deve ser constante. Porque,
sabendo ou não, muitas vezes o desequilíbrio passa para o físico e aí pode ser
tarde até para reverter ou acabarmos passando por sintomas físicos muito difíceis
trazidos pelos desequilíbrios mental e emocional. Por que não pensarmos em
nossos alimentos emocionais, naquilo que alimenta também nosso mental e até
nossos comportamentos? Que tal darmos
mais atenção à nossa saúde de forma global? Vale a pena!