Ao longo de meus estudos e do aprendizado natural, aquele trazido à tona pela vida, cheguei à conclusão que a solução para todo e qualquer problema se encontra em duas palavras: amor e perdão.

Duas palavrinhas que englobam sentimentos sem tamanho. Palavras pregadas por Jesus Cristo, e por outros tantos enviados, para nos alertar para os novos desafios que no decorrer desses últimos dois mil anos viríamos enfrentar.

Pra mim, falar de amor e perdão é falar de Deus. Porque são esses sentimentos que nos mostram de onde viemos, a fonte de LUZ infinita da qual somos apenas um dos raios, a nossa essência pura e 'descontaminada'.

Amor e perdão são sentimentos que exigem a pureza do coração e que só podem prevalecer quando colocamos o nosso EGO de lado. Ou seja, quando EU não preciso ser mais EU pra me sentir seguro das minhas escolhas e atitudes, EU posso ser o OUTRO, EU posso ser NÓS. Logo, este é o nosso lado divino, que está bem lá dentro de todos nós, que é o sopro de vida que nos mantém acesos.

Por isso, quantas vezes desafiados por situações violentas e monstruosas não dizemos "A essa situação é impossível perdoar! Só se eu fosse santo"? Muitos de nós já ouviram falar sobre o ensinamento de Jesus, sobre "dar a outra face". E muitos enxergam estas atitudes impossíveis de serem concebidas na realidade.

Você perdoaria uma pessoa que tivesse matado alguém que você amasse muito? Tenho certeza que muitos pensam agora: "seria impossível". Por quê? Porque quando pensamos a partir do nosso EGO temos o orgulho ferido, a impotência, o apego ao ser amado, o inconformismo e, antes de tudo, o ódio e até a sede de vingança. Porque nos enxergamos como um indivíduo ameaçado por outro indivíduo.

Mas quando colocamos o EGO de lado, enxergamos que não devemos pagar ódio com ódio, que isso não trará nosso ser amado de volta, que o nosso irmão que cometeu tal atrocidade precisa de amor tanto quanto nós para se recuperar. Somos Todos Um. Dentro daquele outro existe DEUS, aquela parcela divina comum a todos, que também está dentro de você. E, assim, posso dizer ao meu irmão, sem me sentir humilhado, por não ter mais motivos para o orgulho: "Sim, eu te perdôo".

Escrevi tanto, no que parece ser até um dos meus textos mais religiosos, para que todos nós possamos refletir sobre o que acontece com nossos irmãos na Faixa de Gaza.

Desde 27 de dezembro, falando do conflito recente, eles sofrem e, nos números recentemente divulgados, temos 1.054 palestinos mortos, incluindo 355 crianças e 100 mulheres, e mais de 4.870 já foram feridos. Na televisão o que mais choca é o desespero das mães com seus filhos no colo sem saber pra onde ir, sem entender onde é seguro, sem poder acalentá-los, porque elas também precisam ser confortadas nesse momento.

Bombas vão, bombas vêm. Soam alarmes, a fumaça sobe e estas pessoas estão vivendo o próprio Inferno na Terra, por conta do orgulho. Tudo porque dois povos não conseguem se perdoar. Porque perdoar, do ponto de vista deles, é perder a honra, é humilhação. Porque não conseguem enxergar o outro como irmão e sim como uma espécie de ET, de outra raça, o seu maior inimigo que deve ser exterminado.

Duas palavrinhas: Amor e Perdão. Amor a si próprio porque matar o irmão é atingir a própria carne. Lembra? Somos Todos UM. Viemos do mesmo lugar. Temos a mesma missão, a mesma casa, o mesmo Pai. E Perdão. Perdoar porque também erramos, porque todos têm o direito de recomeçar. Porque os inocentes não precisam estar envolvidos nos conflitos dos antigos, não precisam matar a sua sede com sangue inimigo. São apenas crianças, mães e pais de família.

Começamos 2009 com o Desafio do Perdão. O Desafio de colocar o TODO acima do que sou EU. O BEM comum acima do meu ORGULHO. O AMOR ao próximo acima da GUERRA por poder. Será tão difícil mesmo se despir das máscaras e dizer: "Meu irmão, eu te perdôo"? Rezemos para que este momento chegue logo.