Na vida, muitas vezes nos deparamos com situações que desafiam nossa paciência e entendimento. Pessoas e momentos que nos colocam de frente com a nossa própria sombra. Porque não basta aprendermos sobre os nobres sentimentos. É preciso colocá-los em prática. É o equivalente às provas no final de um curso.

E não precisa ser lá um problema tão marcante. São as situações que no dia-a-dia mesmo nos testam e movimentam nossas emoções como em uma montanha russa, às vezes positivas e outras muito negativas. Podem ser os chefes, namorados, cônjuges, pais, irmãos, amigos...todas essas pessoas podem mais cedo ou mais tarde agirem como catalisadores dessas emoções.

Nossa primeira reação geralmente é contra-atacar quem nos ataca, agir na defensiva, devolver a ofensa, enraivecer-se, etc...Muitas vezes levantaremos o dedo para apontar o erro do alheio ou nos revoltaremos com sua atitude. Em outras ocasiões, sentiremos algo negativo por alguém mesmo que essa pessoa não tenha nos feito nada. E ás vezes reagiremos fortemente contra ela.

Antes de culpar o outro por nossa infelicidade, devemos pensar o que o trouxe até nós e o que devemos aprender com a situação. É importante lembrar que nós criamos 100% de nossa realidade e que tudo que nos acontece foi trazido por nós mesmos para nosso próprio aprendizado.

Além de minha própria avaliação, soube de uma história muito interessante que exemplifica o fato. Um amigo estava brigado com o pai já há algum tempo e sempre que se comentava sobre o assunto soltava alguns desaforos sobre ele. Por motivos banais ele guardava uma mágoa do pai e sempre venerou a mãe. Ele recebera conselhos da espiritualidade para perdoá-lo, mas ele insistia em repetir que o pai estava errado. E de tanto questionar lhe foi revelado o passado de sua história com seus pais.

Em uma vida passada, os pais eram amantes e ele acobertava as traições de sua mãe, para que o pai não descobrisse. Ele nesta encarnação não era filho, mas sim uma espécie de defensor dela e também era amigo do pai. Acabou agindo de maneira errônea com o pai, traindo sua confiança. E não só isso. Por fim, em uma situação-limite para defender a mãe, da descoberta de suas traições, assassinou o pai com uma facada no peito.

Hoje, justamente, ele é jovem mas sofre com alguns problemas cardíacos. Felizmente, imediatamente após a revelação ele entendeu o quanto estava sendo injusto. E viu que, embora culpasse o pai por tantas besteiras (por continuar na defesa da mãe a qualquer custo), tinha cometido erro muito mais grave. Depois de tanto tempo, ele telefonou para o pai e marcou um encontro. Era hora de reencontrar o passado, rever os erros, pedir perdão e se perdoar. Pois nem tudo é o que parece.